segunda-feira, 31 de outubro de 2011

NA ESTRADA COM A NOSSA PANELA BRASIL - PARTE 4

Chegamos a cidade de Penedo cortando caminho pela cidade de Neopólis ainda em Sergipe, pois fomos informados pelo Professor Rafael que seria mais perto e realmente era, pois só tínhamos que pegar uma balsa e atravessar.

O Rio São Francisco que divide os dois estados (Sergipe – Maceió), agora o problema foi colocar o caminhão dentro da balsa, pois tínhamos que entrar de ré, tudo bem pra quem está acostumado a dirigir caminhão e pegar a estrada constantemente, agora tinha que ser logo eu para estar ao volante??? Mas missão dada é missão cumprida..

Bom, eu não preciso falar o quanto o Rio São Francisco é bonito basta olhar as fotos aí ao lado e dizer o quanto fiquei emocionado em cruzar este Rio que a gente tanto ouve falar. Na chegada a cidade encontramos o Professor Rafael que nos levou diretamente ao Restaurante Maurício de Nassau para almoçar, afinal estávamos com fome, né!!!!!(nossa parece que a gente só vive pra comer) .

A caminho do restaurante fiquei observando a construção da cidade, toda do século XIX , a cidade tem mais de 450 anos, e ainda mantém a sua arquitetura, porém a maioria precisando de restauração. Chegamos ao restaurante e fomos muito bem  recebidos pela Dona Vera e Seu Gustavo proprietários há mais de 20 anos do restaurante.

Nossa nham nham nham!!!!! Que fominha ...... hum!!!!!!! que temos no cardápio?????, bobó , carne de sol , picanha, moqueca de peixe, de camarão, de jacaré?????????, isso mesmo moqueca de jacaré....

Na cidade o hábito é comer jacaré, porém aqueles pegos a beira do rio, mas hoje através de um trabalho maravilho da UFAL (Uiversidade Federal de Maceió), a população está comendo carne de jacaré de criatório e os restaurantes já podem vender sem ter problemas com o Ibama. Será que este costume vai pegar no Brasil inteiro????

Bom mais ainda não estávamos preparados para comer jacaré ainda, o Professor Jorge tem medo, rsrsrsrsrsrrs. Arriscamos na tradicional moqueca de camarão, acompanhado de um peixinho frito, dilicia..... e tava diliciaa mesmo nossa como tava bom, acompanhado de uma cervejinha então !!!!! batemos um longo papo com a Dona Vera e o Seu Gustavo, procure gente boníssimas!!!  Pois eles são mais do que boníssimas são maravilhosos.

Uma de nossas conversas foi sobre como temperar os alimentos do restaurante, eles são habituados a colocar cominho e vinagre, seja na carne, no carneiro, no peixe, em tudo vai cominho e vinagre, assim eles me disseram e Seu Gustavo e Dona Vera  preocupados com isso querem mudar e renovar o cardápio. Nossa que legal, mesmo depois de 20 anos eles ainda não se acomodaram e querem fazer diferente, tenho certeza de que este é o segredo do sucesso do Restaurante Maurício de Nassau, porque o restaurante deles é um dos melhores da região. Segundo os habitantes de Pendo.
Bom, depois de um almoço maravilhoso, está na hora de trabalhar. Fomos pra UFAL onde encontrei finalmente a Professora Talita Espósito uma maranhense arretada, grávida do seu primeiro filho e e é professora da turma de engenharia de pesca, tá!!! E o que ela tem haver comigo???? Noooossssa ela é quem vai coordenar a turma que irá me ajudar com o jacaré, ai meu Deus socorro cadê o Matheus, a Márcia, o Ygor, Felipe, Lincon Pedro..... Venham me ajudarrrrrrrr.  Então tá vamos a briga.

São 200 kg de Jacaré, só eu contei 19 unidades, tudo para desossar e cortar em tiras, fora os 30 kg de tomates, 20 de cebola, 25 de pimentões e muito mais muito mesmo cheiro verde pra picar...

A galera começou empolgada, entusiasmada, eufórica..... Passaram-se 2 horas de serviço e o pessoal já começava a apresentar cansaço, também eles nunca tinham visto tanto material assim né, e eles nem são do ramo, porém não correram da briga não, encararam e ajudaram muito.

No dia seguinte, mais jacaré e neste dia fui almoçar num restaurante de comida caseira e ao nosso lado estavam duas professoras da UFAL comendo frango ensopado. E adivinhe o que pedimos????? Franguinho caipira ensopadinho, gostosinho com pirãozinho...  nham , nham ,nham!!!!!! Quero voltar lá. Eita comida boa sô!!!!!!!
continua.........

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

NA ESTRADA COM A NOSSA PANELA BRASIL - PARTE 3

Chegando a Teixeira de Freitas, nos deparamos com outra cena inusitada e até triste, professores de uma escola pública no meio da chuva com uma enorme placa pedindo carona, só nosso Brasil.

Mas o que reconforta é saber que não só a gente busca a perfeição da nossa profissão, vimos que para um bom profissional não existem barreiras ou limites para alcançar o objetivo.
Só não paramos para dar carona porque o caminhão estava lotado, mesmo contrariando o professor, por que por ele, ele iria até como a carranca do caminhão , só para levá-los até a cidade mais próxima.

Nossa meta hoje é almoçar em Eunápolis e ver o que a cidade come? Depois continuaremos seguindo viagem até atravessar o Estado da Bahia.

ISTO TAVA AZEDO, ARGH!!!!!!!!
Chegamos a Eunápolis em baixo de chuva, mas o calor ainda é constante, sem saber onde almoçaríamos, decidimos apostar numa churrascaria de posto na beira da rodovia 367 que vai até Salvador.

O professor estava com muita fome e ele com fome troca alhos por bugalhos, imaginem né???? Pois bem seria óbvio estar na Bahia e pedir uma moqueca certo??? Pois bem, resolvemos pedir churrasco mesmo , fomos indagados se queríamos o rodízio ou o famoso PF , é claro, com a fome que estávamos pedimos o rodízio, afinal eu queria comer carrrrrne.

Bom, chegou a nossa comida: humm, molho a campanha, feijão tropeiro, arroz, batata frita, macarronese, maionese, saladinha, cenourinha cozida, macarrão ao alho e óleo, nossa quanta comida acompanhada de carneeeeee.. é hoje que vou me fartarrrrr....

Eu não disse que iria me surpreender????? Pois é, me surpreendi , foi tudo uma M, quer que eu me expresse melhor?!  foi tudo uma PORCARIA...

Imaginem tudo isso pronto desde às 8h da manhã????  Esta foi a impressão, pois a comida estava quase toda passada  e isso por que sentamos  às 13h40min para almoçar.

Nós podíamos levantar e ir embora, certo???  Mas o que fazer numa hora desta em que brigamos com o tempo, pois temos hora e dia pra chegar a cidade de Penedo ,  Maceió? Fiquei me perguntando que assim como eu, várias caminhoneiros que por ali passam também devem estar na mesma situação. E por que a gente não reclama????  O brasileiro é muito acomodado, fiquei observando as mesas , tudo voltava e ninguém reclamava, preciso fazer algo, pois se eu não falasse talvez a comida me faria mal mesmo.

Levantamos e nos dirigimos ao caixa, pois percebi que gerente ali não tinha, desabafei na medida do possível  e resolvi pagar.

O Professor me fez vários questionamento ao quais procurei esclarecer,  acredito eu que a culpa é nossa , por que não brigamos para uma melhoria da classe, ou melhor por maior qualificação no setor, e eu não digo das faculdades eu digo para realmente quem vai trabalhar no setor.

A impressão que tive foi de que lá atrás, na cozinha, tinha apenas uma pessoa trabalhando para ganhar o seu salário e sobreviver, mal sabe ele que trabalha com energia , e se ela for positiva melhor pra ele, mas o que vi foi um péssimo trabalho .

Chegamos a cidade de Santo Antonio na Bahia e como já estava tarde resolvemos parar num hotel para descansar e continuar a viagem pela manhã, mas uma vez com fome. O hotel por sua vez bem simpático todo novinho, na parede fotos de celebridades como Amado Batista  e Benito de Paula, nossa fiquei num hotel famoso.  Depois de uma boa ducha resolvi pedir algo para comer no quarto por via das dúvidas não queria estragar a noite e pedi um suco de laranja deixando de lado os sucos que consideramos exóticos no sudeste e um hambúrguer de filé, já o professor se arriscou num misto-quente e vitamina de banana. O meu chegou e confesso que estava uma delícia o suco de laranja perfeito e o hambúrguer  saboroso,  já o misto-quente do professor muito gorduroso, acredito eu por causa da muçarela.
E este é um problema aqui no Brasil e já tivemos falando sobre isto nas Oficinas em que a Ira Hoyer da Degusta Mais nos oferece falando sobre queijos e suas propriedades, o problema que o brasleiro não tem hábito de comer queijo e quando come ainda come errado, por que ainda é considerado um produto caro, daí para se obter clientes as queijarias acabam fazendo produtos para atender o mercado com baixa qualidade.
continua.........

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NA ESTRADA COM A NOSSA PANELA BRASIL - PARTE 2

Logo na chegada a cidade de Campos dos Goytacazes, fomos surpreendidos por uma barreira fiscal. Fomos solicitados a mostrar o que carregávamos e acredito eu, que depois de tudo o que falamos sobre o que é o projeto Nossa Panela Brasil, até os fiscais irão no seguir daqui por diante (né Marlon e Angelo??? ) .

Eu e o Professor nos dividimos no volante , não necessariamente nesta mesma ordem, pois o professor gosta de dirigir eu de controlar o som.  Chegamos a cidade de vitória já de noite e nossa meta do dia era chegar até a cidade de Fundão  (Espírito Santo) para pernoitar. Chegamos ao hotel com fome,  pois não paramos propriamente para almoçar neste dia, então vocês imaginem??? Este lindo corpinho com fome.  Bom o hotel era igual ao daqueles filme de terror, mas não tinha outro jeito, fui ao caminhão peguei uma estaca , crucifixo, dente de alho e me aboletei na cama esperando o Professor Jorge que tinha saído para buscar um alimento razoável. Eis que me surge o professor com um hambúrger (hot pockt da Sadia), ai meu Deus! Não é que estou falando mal, mas naquela hora eu queria era mesmo comer um belo bife a parmegiana, não era pedir demais era???? Deixa pra lá, vamos dormir! Dormir????? Quem disse que dormimos no castelo mal assombrado, porque com o belo sistema de som vindo diretamente da estrada a noite todaaaaaaaa. Nem sei se dormimos , mas as cinco hora da manhã já estávamos de pé esperando o café da manhã que só começaria as seis. 
Hummm café da manhãaaa, leite quente, pão fresquinho, queijos,  frutas , croissants, geleias , tudo de bommm,  ah!  Esse era o café da manhã dos meus sonhos , mas na realidade o que encontramos foi um ovo mexido que dava nojo e o café com gosto de café requentado, bom preciso dizer mais??? O que salvou nesta manhã foi o encontro com a calopsita do hotel que  me disseram que era braba, mas na verdade a impressão tive a impressão  dela me pedir para levá-la embora.  Bem que eu queira, mas o professor me embarreirou,  pois ficou com medo de uma possível concorrência , uma vez que foi a primeira calopsita que eu vi assobiar.

Engraçado como o Brasil tem várias particularidades, vemos de tudo na beira da estrada, pessoas vendendo frutas em pequenas barraquinhas,  fiquei louco pra comprar o palmito, mas ainda não foi desta vez.  A paisagem é realmente singular! Como nosso Brasil é lindo!
Estava eu repousando  meu sono de beleza, quando o professor resolveu parar o caminhão para ajudar  um carro que tinha deslizado ribanceira abaixo, eu não contei né??? Ele ainda além de ser professor de português é socorrista (menino nobre). Graças a Deus não aconteceu nada com o motorista do carro. Seguindo a nosssa viagem ao som agora de Menina Veneno, Eva, Banda Metrô, Leoni e todos aqueles ícones dos anos 80, logo eu que adoro música eletrônica, mas fazer o quê, tenho que agradá-lo afinal ele é bemmmmmm maais velho do que EU....

CONTINUA......

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

NA ESTRADA COM A NOSSA PANELA BRASIL - PARTE 1

Esta é uma aventura em que eu, Chefe Marcio Moreira e o Professor Jorge Schimidt, estamos vivenciando e queriamos dividir com vocês.

Embarcamos no que apelidamos de Panela móvel com destino a Maceió, mais precisamente para cidade de Penedo, para o 4°, Festival Gastronômico do Baixo São Francisco, onde a missão é montar a cozinha itinerante Nossa Panela Brasil e realizar a primeira Jacarezada na panela gigante (lembrando que o mérito por esta ideia pertence ao Laercio, a Mônica e ao Guto da Congrega Bahia).
Mas só dois loucos ou apaixonados pelo que fazem embarcariam numa aventura tão inóspita, percorrer quase dois mil quilômetros para fazer aquilo que mais gostam: falar sobre a cultura e a gastronomia brasileira.

A idéia é conhecer algumas das cidades que circundam as estradas que nos levarão até o nosso destino final, para perceber o que realmente o brasileiro anda colocando em sua mesa.
Mas como toda aventura, esta tem o seu lado positivo e negativo e muitas das vezes engraçado. Primeiro: como viajar ao lado de uma outra pessoa sem ter o que pelo menos ouvir ?? Claro nosso caminhão não tinha som e eu não conseguiria ir escutando o professor Jorge cantando as suas músicas dos anos 70 e ainda por cima à capela?? Vc escutaria???? Por Deus, minha condição de sair do Rio de Janeiro seria somente mediante a compra de um som. Por fim alguém escutou as minhas preces e nos presenteou com um DVD, mas foi presente de grego, porque o DVD estava quebrado. Eu realmente entrei em desespero fiquei me imaginando escutando a encorporação do Fredy Mercury, cantando I want you break free  na voz do Professor Jorge.

Enfim, compramos o aparelho e fizemos a instalação. Começamos a viagem embaixo de um sol escaldante rumo a BR 101 a qual já conhecíamos.  O objetivo do dia era percorrer pelo menos 800 km, mas com todo o meu atraso em busca do aparelho de som conseguimos percorrer apenas 500 km. Só  um adendo, ele não cantou a capela, mas em compensação dançou com as mãos e com a cabeça?? Bom minha gente ainda faltam mais de 1000 km, ate lá o professor vira um dançarino do Faustão.
Nestes 500 Km percorridos, fiquei pensando no que realmente os caminhoneiros fazem para se alimentar, pois já ouvi dizer que onde tem muito caminhão parado é sinal de boa comida, mas não foi isso o que constatei.

As lanchonetes e restaurantes de beira de estrada estão servindo uma péssima refeição. Enfim, será que vou me surpreender daqui até Maceió????

continua amanhã a aventura gastronômica........

 
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